Chansons reprises : Disparada
Publié le 18 Juin 2023
Geraldo Vandré
"Disparada" est une chanson écrite par Geraldo Vandré et Théo de Barros et interprétée par Jair Rodrigues , accompagné du Trio Maraiá et du Trio Novo. L'une des principales compositions de l'époque des festivals de musique populaire brésilienne.
Geraldo Vandré a également contribué de manière significative avec une autre composition - " Pra não Dizer que não Falai das Flores " et " Disparada " sont considérées comme deux chefs-d'œuvre parmi les chansons à caractère social.
Dans "Disparada", Vandré fait une comparaison entre l'exploitation des classes sociales les plus pauvres par les plus riches et l'exploitation du bétail par les bouviers, entre la manière de traiter le bétail et de traiter les gens. La musique composée par Vandré et Théo de Barros compléte parfaitement les couplets de Vandré et l'interprétation de Jair Rodrigues donne une très belle forme finale aux couplets et à la musique.
Deux versions instrumentales sont proposées dans cet article, à l'origine de Richard Galliano, dans le cadre de son partenariat avec des musiciens internationaux. Ce sont des reprises magnifiques.
Disparada
Prepare o seu coração
Pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
E a morte, o destino, tudo
Estava fora do lugar
E eu vivo pra consertar
Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu.
Boiadeiro muito tempo
Laço firme, braço forte
Muito gado e muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
Que boiadeiro, era um rei.
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei.
Então não pude seguir
Valente lugar-tenente
De dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente.
Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar.
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse o que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer mais longe que eu.
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme, braço forte
De um reino que não tem rei.
La laiá lara lara
La laiá lara lara
La laiá lara lara
La laiá lara lara.
Geraldo Vandré / Theo de Barros
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